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Entenda a Voz Passiva Sintética e Analítica


Quando pensamos na língua portuguesa, certamente a voz passiva é uma das estruturas mais interessantes e desafiadoras de entender. Entre suas duas formas principais — a voz passiva sintética e a analítica — encontramos nuances que afetam o estilo de escrita, a clareza do texto e a ênfase na informação. Para escritores, estudantes e profissionais de comunicação, compreender essas formas é fundamental para aprimorar a expressão e a correção gramatical.

Neste artigo, exploraremos detalhadamente a voz passiva sintética e analítica, destacando suas diferenças, usos e particularidades. Além disso, apresentaremos exemplos práticos, uma tabela comparativa, dicas de uso e as perguntas mais frequentes sobre o tema. Nosso objetivo é proporcionar uma leitura clara, acessível e enriquecedora para todos que desejam dominar esse tópico com segurança.

"A voz passiva é uma ferramenta que, quando bem utilizada, dá ênfase ao que realmente importa na mensagem." — Anísio Teixeira

O que é a Voz Passiva?

Antes de nos aprofundarmos na sintética e na analítica, é importante compreender o conceito geral de voz passiva. Trata-se de uma forma de estruturação da oração que coloca em destaque o destinatário da ação, e não quem praticou a ação.

Voz passiva na gramática

  • Voz ativa: o sujeito executa a ação.
  • Voz passiva: o sujeito sofre a ação, muitas vezes destacando quem realizou a ação de forma indireta ou até omitida.

Exemplo de voz ativa: plaintextO gerente aprovou o projeto.

Exemplo de voz passiva: plaintextO projeto foi aprovado pelo gerente.

Percebam que, na passiva, focalizamos o objeto "o projeto" e o verbo "foi aprovado".

Voz Passiva Sintética e Analítica: Definições e Diferenças

O que é a voz passiva sintética?

A voz passiva sintética é uma forma reduzida, mais curta, de expressar a passiva. Ela é formada conjugando o verbo na terceira pessoa do singular ou do plural, acrescentando o sufixo -se ao verbo.

Exemplo: plaintextViajou-se bastante na última semana.

Neste caso, o agente da ação é indeterminado ou não mencionado explicitamente.

O que é a voz passiva analítica?

A voz passiva analítica é a forma convencional e mais completa, que utiliza o verbo ser ou estar + o particípio do verbo principal. Essa forma revela tanto o sujeito que sofre a ação quanto, muitas vezes, quem a realizou.

Exemplo: plaintextO projeto foi aprovado pelo gerente.

Diferenças principais

CritérioVoz Passiva SintéticaVoz Passiva Analítica
FormaVerbo + -seVerbo ser/estar + particípio
SimplicidadeMais enxutaMais formal e detalhada
Uso comumEm linguagem casual ou jornalísticaEm textos acadêmicos, oficiais ou formais
Agente da açãoIndeterminado ou omitidoPode ser explicitamente mencionado

Quando usar cada uma?

Uso adequado da voz passiva sintética

  • Situações em que o agente é desconhecido ou irrelevante.
  • Está mais presente na linguagem oral e no jornalismo.
  • Quando o foco está na ação ou no resultado.

Uso adequado da voz passiva analítica

  • Em escritos acadêmicos, jurídicos, oficiais e formais.
  • Quando o agente da ação é importante.
  • Para maior clareza na transmissão da mensagem.

Como formar a voz passiva sintética e analítica

Formação da voz passiva sintética

  1. Use o verbo na terceira pessoa do singular ou plural do presente, passado ou futuro, com o sufixo -se.
  2. O sujeito que sofre a ação geralmente fica implícito ou é o termo que acompanha o verbo.

Exemplos:

Tempo verbalForma sintéticaFrase exemplo
Presentetrabalha + -seTrabalha-se muito aqui.
Pretérito Perfeitoentregou + -seEntregou-se ontem à tarde.
Futuroentregará + -seEntregar-se-á amanhã.

Formação da voz passiva analítica

  1. Escolha o tempo verbal adequado com o verbo ser ou estar.
  2. Adicione o particípio do verbo principal.
  3. Opcionalmente, inclua o agente da ação com a preposição por ou pelo.

Exemplo:

plaintextO relatório foi elaborado pelo departamento.

Importância da Voz Passiva na Comunicação

Como afirmou o renomado linguista Celso Cunha:
"A perfeição da expressão está na escolha do modo mais adequado à intenção comunicativa."
A voz passiva, seja sintética ou analítica, permite que seja dada maior ênfase ao que é importante na mensagem, facilitando a compreensão e a formalidade desejada.


Lista de Cuidados ao Utilizar Voz Passiva

  • Não exagerar; o uso excessivo pode tornar textos difíceis de entender.
  • Sempre verificar a concordância verbal.
  • Certificar-se de que o agente da ação está claro ou omitido com intenção.

Quando Evitar a Voz Passiva?

  • Em textos muito informais ou coloquiais.
  • Quando a frase ficar excessivamente complexa ou redundante.
  • Para manter a pauta clara e direta.

Exemplos Práticos de Uso

  1. Comunicação formal:

  2. Voz analítica:
    A decisão foi tomada pelos diretores ontem.

  3. Jornalismo:

  4. Voz sintética:
    Decidiu-se ontem a nova estratégia.

  5. Relatórios técnicos:

  6. Voz analítica:
    O equipamento foi instalado pelo técnico.

  7. Conversas do dia a dia:

  8. Voz sintética:
    Resolveram-se os problemas rapidamente.


Tabela Comparativa Geral

AspectoVoz Passiva SintéticaVoz Passiva Analítica
FormaVerbo + -seVerbo ser/estar + particípio
Uso comumInformal, jornalístico, conversas cotidianasAcadêmico, oficial, textos formais
Agente da açãoGeralmente omitido ou indeterminadoPode estar presente ou explícito
Estrutura linguísticaMais curta, diretaMais longa e detalhada
EnfaseNa ação ou seu resultadoNo sujeito que sofre a ação

Conclusão

Entender a voz passiva sintética e analítica é fundamental para aprimorarmos nossa comunicação escrita e oral em português. Ao conhecer suas diferenças, usos e nuances, conseguimos adaptar nossa linguagem ao contexto, seja ele formal ou informal, técnico ou jornalístico. Como disse Manuel Bandeira, "Na poesia, como na vida, o equilíbrio está na escolha do modo certo de dizer."

Esperamos que este guia tenha sido útil para explorar esse aspecto da língua portuguesa com mais profundidade. Dominar a voz passiva é passar a dominar uma parte importante da construção do sentido e da expressão.


FAQ (Perguntas Frequentes)

Q1: Qual é a principal vantagem de usar a voz passiva sintética?
Ela é mais curta e direta, ideal para linguagem jornalística e conversas informais.

Q2: Em que situações a voz passiva analítica é mais indicada?
Em textos acadêmicos, jurídicos ou formais, quando se deseja maior clareza e formalidade.

Q3: Posso usar as duas formas na mesma frase?
Não é recomendado misturar as formas na mesma frase, pois pode causar confusão. Prefira uma delas de acordo com o estilo do texto.

Q4: Como identificar uma frase na voz passiva sintética?
Procure por verbos terminados em “-se” e que indicam uma ação sem agente explícito.


Referências

  • Cunha, Celso. Nova Gramática do Português Contemporâneo. (Ed. José Olympio, 2013)
  • Bechara, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. (Editora Reflexão, 2009)
  • Real Academia Brasileira de Letras. Gramática Normativa da Língua Portuguesa, 2ª edição, 2018.

Esperamos que você tenha uma compreensão mais sólida sobre a voz passiva sintética e analítica. Continue praticando e observando o uso dessas formas no seu dia a dia!


Autor: MDBF

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