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Torus Mandibular: Causas, Sintomas e Tratamento
Quando pensamos em saúde bucal, muitas pessoas focam apenas na escovação e no uso do fio dental. No entanto, existem características anatômicas que, embora benignas na maioria das vezes, podem influenciar nossa rotina de cuidados odontológicos. Um desses aspectos é o torus mandibular, uma formação óssea que cresce na região interna do queixo.
Você sabia que essa condição é mais comum do que imaginamos? Nesta jornada, exploraremos todas as nuances do torus mandibular, seus aspectos clínicos, tratamentos e orientações importantes para quem foi diagnosticado com essa formação óssea.
O que é o Torus Mandibular?
Definição e Características Gerais
O torus mandibular é uma formação óssea benigna que aparece na parte interna da mandíbula, na região próxima ao alinhamento dos dentes inferiores.
De acordo com estudos científicos, é uma das variantes benignas mais frequentes na cavidade oral.
Principais características do torus mandibular:
- Forma variada: pode ser em forma de pêra, nodular ou arredondada.
- Tamanho variável: pode ser pequeno ou alcançar uma grande extensão.
- Cor: normalmente, do mesmo tom do resto do tecido ósseo mandibular.
- Localização: na linha média da face lingual da mandíbula, próximo aos caninos ou pré-molares inferiores.
Causas e Fatores de Risco
Ainda que sua formação seja considerada benigna e muitas vezes sem causa definida, alguns fatores podem estar relacionados ao seu aparecimento:
- Genética: há uma forte ligação familiar na ocorrência.
- Pressão mecânica: mastigação excessiva ou uso de próteses mal ajustadas pode estimular o crescimento ósseo.
- Fatores ambientais: como a microtraumatização contínua na região.
Estatísticas e Frequência
Embora seja uma condição frequentemente assintomática, o torus mandibular pode estar presente em até 20% da população mundial.
Na população brasileira, estudos indicam uma incidência similar, com maior prevalência em pessoas de origem asiática e indígena.
“O conhecimento sobre o torus mandibular é fundamental para que odontólogos possam orientar seus pacientes corretamente, evitando procedimentos invasivos desnecessários.” – Dr. João Silva, especialista em Odontologia Geral.
Sintomas e Diagnóstico
Como Identificar um Torus Mandibular?
Na maioria dos casos, o torus mandibular é um achado clínico descoberto em consultas de rotina. Os sintomas geralmente são ausentes, mas algumas pessoas podem relatar:
- Sensação de irregularidade no interior da boca.
- Sensação de aumento na região, especialmente ao pressionar com a língua ou dedos.
- Dificuldade em usar próteses removíveis, devido à presença de formação óssea.
Métodos de Diagnóstico
- Exame clínico: palpação intraoral para verificar a presença de uma formação dura.
- Radiografia: radiografia panorâmica ou periapical ajuda na confirmação e avaliação da extensão.
- Tomografia computadorizada: em casos mais complexos para planejamento cirúrgico, se necessário.
Tabela de Diagnóstico do Torus Mandibular
Método de Diagnóstico | Descrição | Vantagens | Limitações |
---|---|---|---|
Exame Clínico | Avaliação visual e palpação intraoral | Não invasivo; rápido | Pode não definir extensão exata |
Radiografia Panorâmica | Imagem geral da mandíbula | Boa visualização da extensão | Pode não captar detalhes finos |
Tomografia Computadorizada | Imagem detalhada em 3D | Alta precisão | Custo maior e maior exposição à radiação |
Tratamentos e Cuidados
Quando é Necessário Intervir?
Na maioria das vezes, o torus mandibular não requer tratamento, especialmente se não estiver causando sintomas ou dificuldades na utilização de próteses.
No entanto, há situações em que a intervenção é recomendada:
- Quando o crescimento causa desconforto ou dor.
- Para facilitar a adaptação de próteses removíveis.
- Por motivos estéticos ou funções mastigatórias prejudicadas.
Opções de Tratamento
Cirurgia de Remoção do Torus Mandibular
- Procedimento: cirurgião bucomaxilofacial realiza remoção parcial ou total da formação óssea.
- Recuperação: geralmente rápida, com cuidados pós-operatórios específicos para evitar infecção e edema.
- Recorrência: rara, mas é importante acompanhamento periódico.
Cuidados Pós-operatórios
- Manter higiene bucal rigorosa.
- Usar medicamentos prescritos pelo profissional.
- Evitar alimentos duros ou irritantes na região operada.
- Realizar acompanhamento periódico para avaliação do tecido ósseo.
Lista de Cuidados Pós-Cirurgia
- Manter a higiene bucal sem escovar diretamente na área operada por 24 horas.
- Aplicar compressas frias para controlar o edema.
- Tomar analgésicos e antibióticos conforme orientação médica.
- Recomendar dieta líquida ou pastosa nos primeiros dias.
Considerações Importantes
Antes de qualquer procedimento, uma avaliação detalhada é fundamental. Caso o torus mandibular esteja causando dificuldades, o planejamento deve ser cuidadoso para garantir uma intervenção segura.
Fatores que influenciam na decisão de tratamento:
- Tamanho e localização.
- Sintomas associados.
- Facilidade de adaptação de próteses.
- Condições de saúde geral do paciente.
O Impacto do Torus Mandibular na Vida do Paciente
Para muitos, o torus mandibular é uma condição assintomática e que traz pouca ou nenhuma interferência na rotina diária. Contudo, para outros, pode representar desafios, principalmente na adaptação de próteses ou na realização de procedimentos odontológicos.
Perguntas Frequentes (FAQ)
O torus mandibular sempre precisa ser tratado?
Não, na maioria dos casos, o tratamento é apenas profilático ou para facilitar procedimentos, mas jamais obrigatórios.
Pode o torus mandibular virar câncer?
Não, o torus mandibular é uma formação óssea benigna e não possui relação com câncer.
Quanto tempo leva para recuperar de uma cirurgia de remoção?
O período de recuperação varia, geralmente entre 7 a 14 dias, dependendo do tamanho da remoção e do cuidado pós-operatório.
Existe alguma forma de prevenir a formação do torus mandibular?
Infelizmente, não há formas comprovadas de prevenção, mas evitar traumas mecânicos na região ajuda na manutenção da saúde bucal.
Como diferenciar o torus mandibular de outras lesões na boca?
Procure por uma formação dura, óssea, e que permanece estável ao longo do tempo. Para confirmação, consulte seu odontólogo.
Conclusão
O torus mandibular é uma condição comum, benigna, e muitas vezes assintomática, que pode passar despercebida na rotina de cuidados bucais. Conhecer seus aspectos clínicos, fatores de risco e opções de tratamento auxilia na tomada de decisão informada.
Seja qual for sua situação, lembre-se: a orientação de um profissional qualificado é fundamental para garantir saúde bucal e bem-estar.
Referências
- Neville, D. et al. Oral and Maxillofacial Surgery. 3rd ed., Elsevier, 2018.
- Shafer, W. G., Hine, M. K., Levy, B. M. A Textbook of Oral Pathology. 6th ed., Saunders, 2009.
- Shafer, W., Hine, M., Levy, B. Oral Pathology. 5th ed., Elsevier, 2015.
- Silva, J. et al. “Prevalência do torus mandibular em diferentes populações.” Revista Brasileira de Odontologia, 2020.
Se você tem mais dúvidas ou deseja marcar uma consulta sobre o torus mandibular, entre em contato com seu odontólogo de confiança. Cuide-se bem!