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Dissociadas: Entenda o que são e suas causas


No universo da saúde mental, há termos que ganham destaque, seja pelo impacto emocional ou pelo desafio que representam. Um desses termos é dissociadas. Muitas pessoas ouvem falar, mas nem sempre compreendem totalmente o que significa estar dissociada ou passar por processos dissociativos. Neste artigo, nos propomos a explorar profundamente o que são as dissociações, os fatores que contribuem, sinais de alerta e formas de tratamento. Nosso objetivo é esclarecer dúvidas comuns, empoderar quem busca entender melhor esse fenômeno e promover uma conversa aberta e sem tabus.

“A dissociação é uma estratégia que o cérebro usa para proteger a nossa mente de traumas intensos, mas às vezes ela pode se tornar um obstáculo na nossa vida.”

O que são dissociadas?

Definição e conceitos básicos

Dissociação é um mecanismo psicológico pelo qual a mente se distancia de certos pensamentos, emoções, memórias ou até mesmo da identidade própria. É uma resposta natural do cérebro a situações de estresse extremo ou trauma. Quando essa dissociação se torna frequente ou intensa, ela pode evoluir para um quadro clínico conhecido como Transtorno Dissociativo.

Como a dissociação se manifesta?

As manifestações variam de pessoa para pessoa, mas frequentemente incluem:

  • Sensação de estar desligada do próprio corpo ou ambiente.
  • Perda de memória para eventos importantes.
  • Sentimentos de desrealização (o mundo parece irreal).
  • Despersonalização (sentir-se separado do próprio corpo ou mente).
  • Dificuldade em lembrar de detalhes de eventos específicos.

Quadro clínico e diagnóstico

Embora muitas pessoas experimentem experiências dissociativas ocasionalmente, o diagnóstico de transtornos dissociativos requer que essas experiências sejam frequentes e disfuncionais, interferindo na vida diária, relações e trabalho.

Fatores que contribuem para a dissociação

Trauma e abuso

O principal fator associado à dissociação é o trauma, especialmente na infância. Situações de abuso físico, emocional ou sexual podem levar o cérebro a criar mecanismos de proteção através da dissociação.

Estresse extremo ou eventos traumáticos

Antes, a dissociação costuma ocorrer como resposta a eventos traumáticos súbitos, como acidentes, perdas ou violência, ajudando a pessoa a sobreviver emocionalmente ao momento.

Histórico familiar e fatores genéticos

Alguns estudos indicam que predisposições genéticas podem facilitar o desenvolvimento de transtornos dissociativos, especialmente em indivíduos com história de traumas familiares ou dificuldades emocionais.

Outros fatores associados

  • Problemas de saúde mental, como transtorno de personalidade limítrofe.
  • Uso de substâncias psicoativas.
  • Dificuldades na gestão emocional.

Como identificar se você está dissociada(o)?

Vamos listar alguns sinais e sintomas que podem indicar estados dissociativos:

  • Sentir que o mundo ao redor está irreconhecível, como uma experiência de sonho.
  • Perda abrangente de memória de eventos diários ou passados.
  • Sensação de estar fora de si, como se fosse uma observadora da própria vida.
  • Experiência recorrente de incapacidade de lembrar de detalhes importantes.
  • Sentimentos de alienação ou isolamento emocional.
  • Sensações físicas de descolamento ou ~tensão, como uma cabeça que parece desconectada do corpo~.

Lista de sinais comuns

  • Despersonalização tipicamente vivida como sensação de estar assistindo a si mesmo de fora.
  • Desrealização, no qual o mundo parece surreal ou distorcido.
  • Amnésia dissociativa ou perda de memória de eventos específicos.
  • Alterações de identidade ou sensação de múltiplas pessoas coexistindo.
  • Falta de conexão emocional com o que está acontecendo.

Como lidar e tratar as experiências dissociativas?

Diagnóstico profissional

Se identificarmos sinais ou sintomas frequentes de dissonância, o passo mais importante é procurar um profissional de saúde mental qualificado, como um psicólogo ou psiquiatra. O diagnóstico preciso orienta o tratamento adequado.

Tratamentos disponíveis

TerapiaDescriçãoObjetivo
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)Ajuda a reorganizar pensamentos e comportamentos dissociativos.Reduzir episódios e aumentar a consciência emocional.
Terapia de Integração de MemóriasTrabalha o processamento de traumas passados.Diminuir a frequência de dissociações relacionadas ao trauma.
Terapia de GrupoterapiaCompartilhar experiências com outros pacientes.Promover o sentimento de não estar sozinho e fortalecer estratégias de enfrentamento.
Uso de medicamentosEm alguns casos, antidepressivos ou ansiolíticos podem ser indicados.Complementar o tratamento terapêutico.

Dicas para quem convive com dissociadas

  1. Procure manter uma rotina estruturada, com horários regulares.
  2. Pratique atividades de atenção plena (mindfulness).
  3. Busque apoio emocional de amigos, familiares ou grupos de suporte.
  4. Evite o uso de substâncias psicoativas sem orientação profissional.
  5. Tenha paciência, o processo de cura é gradual e requer dedicação.

Lista de práticas que ajudam a reduzir episódios dissociativos

  • Técnicas de respiração consciente.
  • Exercícios de grounding (ancoragem no presente).
  • Manter um diário emocional para registrar as experiências.
  • Praticar atividades físicas regularmente.
  • Participar de terapias específicas e acompanhar a evolução.

Uma tabela com diferenças entre dissociação, esquecimento comum e transtorno dissociativo

CaracterísticaEsquecimento comumDissociaçãoTranstorno Dissociativo
FrequênciaEventualmente, ocasionalFrequente, às vezes diáriaPersistente, interfere na vida
CausaFalta de atenção ou distraçãoTrauma ou estresse extremoTrauma recorrente, dificuldades emocionais
MemóriaGeralmente preservada, temporáriaPode apresentar amnésia parcial ou completaAmnésia significativa, fragmentação de identidade
ImpactoPouco ou nenhum impactoPode afetar tarefas diáriasAlterações na identidade, relações prejudicadas

Conclusão

As dissociadas representam uma resposta complexa do nosso cérebro diante de situações de extrema vulnerabilidade, especialmente relacionadas ao trauma. Compreender esses mecanismos é fundamental para buscar ajuda adequada, promover o autoconhecimento e a cura. Nosso compromisso como sociedade é quebrar tabus, apoiar quem enfrenta esses desafios e estimular o acesso a tratamentos eficientes.

A saúde mental é tão importante quanto a saúde física, e falar abertamente sobre dissociação é um passo importante para libertar-se do medo e do estigma. Estamos todos juntos nessa jornada de descoberta e recuperação.

Perguntas Frequentes (FAQs)

1. Dissociadas podem ser um sinal de que tenho transtorno dissociativo?

Sim, a dissociação frequente, que interfere na rotina, pode indicar um transtorno dissociativo. O diagnóstico deve ser feito por um profissional.

2. Como posso ajudar alguém que sofre de dissociação?

Ofereça apoio emocional, incentive a busca por ajuda profissional e esteja presente, sem julgar. Respeite o tempo e o espaço da pessoa.

3. As experiências dissociativas desaparecem com o tempo?

Depende do caso. Com terapia adequada e apoio, muitas pessoas conseguem reduzir os episódios ou aprender a gerenciá-los.

4. É possível prevenir a dissociação?

Embora nem sempre seja completamente evitável, estratégias como o gerenciamento do estresse, conscientização emocional e terapia preventiva podem ajudar a minimizar o risco.

Referências

  • Brand, B., & Classen, C. C. (2013). Trauma, dissociation, and memory: A review. International Review of Psychiatry, 25(4), 359-375.
  • Putnam, F. W. (1997). Dissociation in Children and Adolescents: A Developmental Perspective. Guilford Press.
  • World Health Organization. (2019). Classificação Internacional de Doenças (CID-11).
  • American Psychiatric Association. (2013). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).
  • Silva, A. P., & Oliveira, M. (2020). Traumas e mecanismos de defesa: uma compreensão aprofundada. Revista Brasileira de Psicologia, 38(2), 45-60.

Se você ou alguém que você conhece está passando por esses episódios, lembre-se: procurar ajuda é um ato de coragem. Estamos juntos nessa caminhada!


Autor: MDBF

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